Situa-se no Largo de Santana, no cimo do Monte, com o mesmo nome, onde se realizam as feiras da freguesia, Anuais e Semanais. Constituída por um coro alto e uma capela- mor, separada da nave por um arco cruzeiro em granito. Presume-se que a sua origem seja do século XVIII, tendo sofrido várias remodelações desde a sua origem.
Reza a história que a 26 de Julho de cada ano ali se realizavam as festas à Santa Ana com romaria e procissão. Também nesta capela se veneram o São José a 19 de Março, Santa Ana a 26 de Julho e São Miguel no 1° domingo de Outubro de cada ano.
A Capela de São Félix situa-se na rua da Mainça e era parte integrante da Quinta de São Félix de Picoutos. Embora a propriedade de São Félix se estendesse pela área vizinha freguesia de São Mamede de Infesta, a Capela de São Félix, situa-se em território de Leça do Balio.
Esta pequena capela setecentista de uma só nave de planta retangular e sacristia adossada lateralmente também retangular. Os diferentes volumes são articulados com coberturas diferenciadas em telhado de uma e duas águas. A fachada é enquadrada por cunhais rematados por pináculos piramidais. O portal principal de vão retangular é balizado por pilastras toscanas que suportam um frontão curvo interrompido, sobrepujado, sucessivamente, por uma janela envidraçada e um nicho emoldurado que já não contém o santo padroeiro. No topo, apresenta um campanário, de um só vão, rematado por um frontão triangular interrompido, sobre o qual se implanta uma cruz. O interior de nave única abobadada é iluminado pela janela da fachada principal e por duas outras gradeadas rasgadas nas paredes colaterais. De salientar ainda o coro-alto, apoiado por consolas de pedra e com varandim de madeira cujo acesso é feito pelo exterior. No altar existe um retábulo, em talha dourada, com colunas salomónicas revestidas por cachos de uvas, fénix e putti.
D. Frei João Coelho, Grão-Mestre da Ordem do Hospital (mais tarde Ordem de Malta) e comendador de Leça do Bailio entre 1452 e 1515, comissionou ao escultor coimbrão Diogo Pires O Moço uma série de trabalhos na igreja do Mosteiro de Santa Maria. Entre as encomendas, encontra-se o túmulo com estátua jacente do próprio comendador, falecido em 1515, bem como a pia batismal, e finalmente o cruzeiro fronteiro ao templo, todos realizados entre 1513 e 1515.
O cruzeiro encontra-se presentemente reconstruído diante do portal Sul da igreja, enquadrado por um gradeamento baixo, o conjunto abrigado sob um alpendre de linhas contemporâneas. Trata-se de um monumento típico dos alvores de Quinhentos, quando Diogo Pires se encontrava no auge da carreira; a pia batismal da igreja, delicada obra da Renascença, é considerada de resto uma das melhores realizações do escultor. Sobre um soco de dois degraus quadrangulares, em granito, datado da época da reconstituição, ergue-se o cruzeiro, integralmente talhado em pedra de ançã, e constituído por base poligonal, fuste cilíndrico, e crucifixo. A coluna do fuste é interrompida, a meia altura, por um anel ornamentado com boleados e flores de liz, que ostenta uma legenda em letra gótica incluindo o ano de construção, 1514. Os motivos decorativos, também presentes num aro da base, repetem-se novamente em anel no topo do fuste, sobre o qual se destaca um capitel ornado de gordas folhas de acanto, sobre o qual se levanta a cruz latina. Os braços desta, de secção quadrada, são decorados com florões ao correr das faces, e rematados por cogulhos vegetalistas, temas de resto muito presentes na obra de Diogo Pires, particularmente após o seu contacto com os escultores flamengos sediados em Coimbra nos últimos anos do século XV e inícios do século XVI, com quem colaborou, e com quem terá absorvido a técnica típica da talha em madeira e o uso de motivos naturalistas. De referir ainda a presença do brasão dos Coelhos, evocativo do encomendante, oriundo de uma família da alta nobreza.
Após a extinção das ordens religiosas, no século XIX, a igreja e toda a cerca conventual foram votadas ao abandono. O cruzeiro chegou a ser mutilado, datando o seu restauro e recolocação de 1964-66, quando se ergueu igualmente a plataforma, o gradeamento e a estrutura de proteção do conjunto.
Esta igreja situa-se no Largo do Araújo e é seguramente anterior, à que a fachada que atualmente se nos revela, e donde ressalta uma torre sineira adossada. Remontará certamente ao século XVII. O interior do templo, no qual se encontra uma imagem do orago da paróquia, S. Pedro, e de Nossa Sra. dos Remédios. Esta igreja foi totalmente alterada nos anos 60 do século XX, pois anteriormente era a Capela de S. Pedro e foi ampliada para servir como Igreja à recém criada Paróquia de S. Pedro do Araújo. No exterior, a poucas dezenas de metros da igreja, abrigado sob um bonito alpendre, localiza-se um popular cruzeiro, datado de 1741.
Monumento Nacional, referência obrigatória da nossa memória coletiva, local de abrigo de reis e rainhas, cavaleiros e peregrinos, guerreiros e religiosos, ricos homens e outros que a História tornou santos e heróis, o Mosteiro de Leça do Balio é considerado, arquitetonicamente, um dos exemplares portugueses mais significativos do gótico. A investigação histórica não nos permite, ainda hoje, saber com exatidão em que data o antigo Mosteiro terá surgido. Sabemos, no entanto, que já existia em 1003, sendo na época, seguramente, um pequeno eremitério ou cenóbio, pré-românico. Albergava, então, uma comunidade provavelmente beneditina e sendo o seu primeiro padroeiro S. Salvador. Seguro é que se tratava de uma estrutura monástica duplex isto é, albergava religiosos de ambos os sexos. Mas, os tempos eram difíceis e, às incursões árabes, somavam-se as pilhagens e assaltos dos normandos. Terá sido esta instabilidade que ditou o seu declínio e provável abandono na transição do século X para o XI. E, de resto, deste primitivo e modesto cenóbio, não é possível detetar hoje praticamente algum vestígio.
Em finais do séc. XII, foi reedificado o mosteiro seguindo a traça românica. O atual mosteiro foi concluído "pouco antes de 8 de Maio do ano de 1336". Pertence às igrejas de tipologia gótica e é composta por três naves de quatro tramos. É ladeada por alta torre, com mata-cães nos panos voltados para o exterior, e nos ângulos do terraço. Apresenta merlões que coroam igualmente todo o edifício do templo. Este aparato defensivo enquadra-se na lógica das ordens religiosas e militares. Os aposentos conventuais (sala do capítulo, claustro, dormitório, refeitório, cozinhas e enfermaria, ao cuidado dos mortos, cemitérios e outros espaços e tumulação, albergue de peregrinos, acolhimento de doentes, etc. e ainda relacionados com a administração do domínio da exploração agrícola, como celeiros, adegas, estrebarias, etc.) góticos (reconstrução do românico) deveriam ter sofrido profunda alteração entre 1290 e 1301, quando o comendador foi D. Garcia Martins (que morreu em 1306). Em 1306 e até 1336 sucedeu-lhe Fr. Estêvão Vasques Pimentel que é o responsável pela conclusão das obras (inclui naturalmente a igreja). Esta nova igreja deixa a invocação de S. Salvador, e passa a ter "a de Nossa Senhora da Encarnação, á qual o povo até hoje persistiu sempre em chamar-lhe Santa Maria de Leça". Sofreu uma nova reforma quando Fr. Luís Alvares de Távora foi comendador, entre 1598 e 1644. A partir do século XVII, o Mosteiro de Leça do Balio sofre diversas vicissitudes que culminam em 1834 com a extinção das ordens religiosas, o que apressará a deterioração do monumento, pese embora ele se mantivesse, até aos nossos dias, como igreja paroquial. Foi já no século XX, no início da década de 30, que a situação se inverteu, mercê da intervenção da Direção Geral dos Monumentos Nacionais. Já muito recentemente, em 1985 e por iniciativa da Câmara Municipal de Matosinhos, foi o espaço envolvente ao mosteiro, objeto de um sóbrio arranjo paisagístico que, apostando na ampliação das áreas verdes contíguas, muito o valorizou. Várias obras de restauro e consolidação, nomeadamente na cobertura e na torre de menagem, foram desenvolvidas com o objetivo de devolver a este monumento a sua importância patrimonial, o seu valor histórico, e as múltiplas potencialidades que possui como espaço religioso e cultural. Ao longo da sua existência, o Mosteiro de Leça do Balio foi visitado por múltiplas personalidades marcantes da história nacional que, não raras vezes, aqui também se hospedaram. Apenas a título de exemplo poderemos indicar, entre outros, D. Afonso Henriques, D. Sancho I, D. Dinis, a rainha Santa Mafalda, a infanta D. Filipa (neta de D. João I), o Contestável D. Nuno Álvares Pereira que neste mosteiro se hospedou, «com as suas gentes», pouco antes da batalha de Aljubarrota (14 de agosto de 1385). Mas, entre estas visitas ilustres, aquela que mais viria a notabilizar o Mosteiro de Leça do Balio foi a ocorrida em meados de Maio (muito provavelmente entre os dias 15 e 18) de 1372; na presença de toda a corte o rei D. Fernando I desposa, nesta igreja, D. Leonor Teles. Este casamento bastante contestado na sua corte e pelos populares e dessa forma impopular ficou nos anais da História portuguesa. Na atualidade podem ver-se peças de tumularia e escultura, destacando-se: a) O sarcófago de D. Garcia Martins; b) A lâmina de bronze de Fr. Estêvão Vasques Pimentel; c) O túmulo de Fr. João Coelho, datável de 1515 e assinada por Diogo Pires, o Moço; d) A pia batismal datada de 1513 e do mesmo escultor, encomenda de Fr. João Coelho; e) O cruzeiro de 1514, foi também encomenda de Fr. João Coelho e o autor do mesmo é o já citado anteriormente — Diogo Pires, o Moço; f) O túmulo de Fr. Cristóvão de Cernache Pereira (este frade que morreu em 1569, beneficiou em muito a comenda, tentando uma reorganização do mosteiro e da sua memória e de que são bons exemplos: a demarcação dos tombos e passais e o livro da arrecadação dos sabidos).
O Palacete da Quinta da Ponte da Pedra, situado junto à referida Ponte, na Rua Godinho Faria é por muitas pessoas, chamado de Palacete Oitocentista. Consta que nele funcionou uma instância de diversão mas também uma Residencial. Era lá que Camilo Castelo Branco gostava de se instalar quando vinha passar férias no Porto, por ser uma Residencial que dispunha de bonitos jardins e de frente existia também uma praia fluvial com muitos barquinhos a remo na margem do Rio Leça. Aproveitando a Residencial e praia ali tão perto, Camilo Castelo Branco inspirou-se para escrever algumas das suas obras. Neste Palacete, também consta que o Rei D. Miguel "o absolutista", se instalou, governando daqui Portugal, durante a guerra que travou com o seu irmão D. Pedro IV "o liberal". Esta guerra foi ganha pelos "Bravos de Mindelo" que defendiam as ideias do Rei D. Pedro IV. Desembarcaram na Praia dos Ladrões, em Arnosa de Pampelido, também conhecida por Praia da Memória, em julho de 1832. Mais tarde, a proprietária da Quinta e do Palacete, quando sentia que ia falecer, não tendo a quem deixar a propriedade, doou-a ao Estado para que a pusesse ao serviço da infância ou da 3a idade (idosos). Assim aconteceu. Durante muitos anos funcionou como um Albergue de pessoas idosas. Com a Revolução de 25 de Abril, os idosos foram recolhidos no Lar de Monte dos Burgos e o Palacete ficou disponível para albergar várias famílias retornadas das ex-colónias Portuguesas. Durante a residência dos retornados, o Palacete foi mal tratado, saqueado, vandalizado e os seus jardins ficaram destruídos até que em 2001 foi retirada a última família. Num dia de 2005, por volta da meia-noite, deflagrou um grande incêndio que destruiu tudo, ficando apenas as bonitas paredes ao alto.
Esta ponte (de pedra) sobre o Rio Leça estava integrada na estrada romana Porto-Braga que ligava a cidade de Olisipo (atual Lisboa) à capital da região da Gallaecia, a cidade de Bracara Augusta (Braga). Passava por Cale (Porto) e a sua construção remonta ao século II d.C. E uma ponte com tabuleiro plano construída com um único arco de volta perfeita. Embora no decorrer dos séculos tenha sofrido diversas reparações e reconstruções. Ainda são visíveis, na sua parte inferior, diversas "pedras almofadadas" caraterísticas da arquitetura romana.
A ponte dos Ronfos, sobre o Rio Leça situa-se na Rua Sousa Prata (Lugar do Araújo). Esta ponte, ao longo da sua existência sofreu muitas intervenções de obras de requalificação e manutenção e a última foi no ano de 2001. Nesse ano houve muita chuva e as águas dos rios andavam já fora do leito. No dia 4 de Março, o tempo piorou e as águas fizeram-se sentir ainda com mais força, tendo destruindo parte desta ponte, levando-lhe os muros de proteção (parapeitos) e destruído parte de um dos seus pegões, levando todo o seu pavimento e destruindo inclusive a rua, até às primeiras casas do lado poente do rio. As águas subiram de tal modo que até a Via Norte ali ao lado ficou cortada ao trânsito. No dia seguinte quando as águas abrandaram, a destruição era tal, que nem a pé se podia por ali passar, nem muito menos de carro. Apenas três meses depois foi recuperada e reaberta ao trânsito. Nesse mesmo dia (4 de Março) motivado pelo mesmo temporal deu-se a tragédia da queda da Ponte Hintz Ribeiro, em Entre-os-Rios, onde viriam a morrer afogadas dezenas de pessoas, que num autocarro por ali passavam no momento da queda. Esta ponte, estará relacionada com a " Karraria Antiqua" citada na documentação medieval, estrada secundária de origem Romana que, vinde de Cedofeita, atravessava Monte dos Burgos, Padrão da Légua, Gondivai e Araújo. Daqui, desceria em direção ao Rio Leça e cruzaria o rio por esta ponte em direção a Barreiros da Maia. É uma ponte de três arcos com volta perfeita ao estilo verdadeiramente romano.
Esta quinta, localizada em Fafiães, na Rua de Santana tem paredes meias com "O Lar do Comércio". É uma importante e extensa propriedade rural que envolve grande parte do território do lugar de Fafiães, já referenciado em 1258. Como todas as propriedades de Leça do Balio pagava foros à Ordem do Hospital. A casa de Fafiães e a capela que lhe está contígua, no lado direito da fachada, datarão dos séculos XVII e XVIII e a sua construção ter-se-á ficado a dever, em grande parte, às abundâncias provenientes do Brasil que terá enriquecido a família de então, detentora da propriedade. Deste conjunto arquitetónico, que inclui ainda um belíssimo tanque, destaca-se a capela de Nossa Senhora do Desterro. Na sua fachada; saliente-se a porta emoldurada em granito, com ombreiras decoradas com volutas. Sobre padieira abre-se uma singela janela igualmente emoldurada em granito que remata numa concha. No interior o altar-mor apresenta um retábulo em madeira, pintado de branco e decorado com talha dourada. Diversas imagens são observáveis nesta capela que possui igualmente um coro alto, com uma grade em madeira trabalhada. O teto é revestido por caixotões de madeira, pintados com motivos abstratos.
A Quinta do Alão, fica situada na Rua da Mainça, Recarei de Baixo. Se bem que a casa e a quinta tenham nascido com o nome de Casa de Recarei, o facto da mesma ter pertencido à família de Alão de Albuquerque, levou o povo a atribuir-lhe o nome de Quinta do Alão e é esse que se mantém. A casa terá sido, quando pertença do Mosteiro de Leça do Balio e até ao século XVII, hospital, com o objetivo de dar hospitalidade aos peregrinos que se dirigiam a Santiago e também a outros viajantes. No século XVII a casa e quinta foram desvinculadas do Mosteiro de Leça do Balio provavelmente pelo declínio da Ordem de Malta. A sua posse passou para uma irmã colaça de D. Pedro II, que se casou com Cristóvão Alão de Morais, o maior genealogista português da época. Os seus trabalhos genealógicos foram de tal monta, que o rei lhe deu uma tensa (reforma) vitalícia. Por volta de 1953, a casa e quinta foi vendida por Helena Alão a um inglês, que fez várias modificações na casa, tal como a construção de uma grande sala, conseguida através da junção do coro da capela com um quarto do caseiro que lhe ficava ligado no exterior. A capela ficou assim sem altura e o altar em pedra demolido. Este inglês ocupou-a durante 7 anos, findos os quais, vendeu a um senhor de nome Jorge Nunes de Matos que também a deteve durante 7 anos. Durante este período duas filhas casaram com dois irmãos de Sá Carneiro, ou seja, com Francisco e Ricardo Sá Carneiro. Os casamentos foram efetuados na Capela da Casa, mesmo nas precárias condições em que se encontrava. O atual proprietário e a sua mulher, compraram a casa à família Nunes de Matos há cerca de 46 anos, tendo alguns dos seus filhos casado na Capela e vários dos netos nela batizados. Para isso e para lhe dar mais altura, retirou-lhe dois degraus exteriores e criando dois degraus interiores, conseguindo assim aumentar-lhe a altura em cerca de 1 metro. Como não tinha altar adaptou-lhe um vindo de Lisboa e que teria pertencido ao Conde das Alcáçovas, do seu Palácio de Lisboa. A casa e jardins estão hoje classificados como de interesse nacional, sendo uma das partes do Séc. XVII e outra, mais recente, do séc. XVIII.
Os lagos, fontenário e bancos adjacentes ao mesmo foram classificados nele falecido Bispo Auxiliar do Porto D. M Pinho Brandão como obra do Arquiteto Nasoni. Como é sabido D. M. Pinho Brandão foi a maior autoridade no estudo e classificação das obras que o arquiteto italiano efetuou no Norte do País. O jardim considerado pelos especialistas, como um dos jardins particulares mais bonitos de Portugal, é hoje visitado por muitas excursões de estrangeiros e também por alguns nacionais, que agora começam a interessar-se por espaços verdes. No interior da casa podem observar-se azulejos do séc. XVII e tem painéis do séc. XVIII, sendo um deles proveniente de Delft. O portão principal da casa é também da autoria de N. Nasoni e encimado pelo brasão dos Alões de Albuquerque. Ao lado deste portão existe a entrada primitiva da casa onde se pode ver um brasão mais simples do séc. XVI ou XVII.
O conjunto da casa e jardim é sem dúvida uma das joias que o Concelho de Matosinhos possui e de que os Balienses se podem orgulhar.
Desenhada por Nasoni a casa da Quinta do Chantre com entrada pela Rua do Chantre, foi mandada edificar pelo cónego da Sé do Porto, Domingos Barbosa, entre 1732 e 1736. E não se pode dizer que o seu objetivo de construir uma casa de campo, onde conseguisse repouso e descanso, não tenha sido perfeitamente alcançado. Localizada perto das traseiras da estalagem da Via Norte, a melhor perspetiva sobre este imóvel obtém-se, todavia, já na fronteira com o concelho da Maia, a partir do belíssimo portão em ferro da entrada principal. Daí se pode observar, não só a fachada do edifício mas também a alameda de acesso e os jardins e motivos escultóricos circundantes, reforçando uma vez mais os cuidados paisagísticos de que aquele arquiteto italiano revestia as suas intervenções. A planta da casa é retangular, apresentado no ângulo noroeste uma capela. A fachada do edifício, bem equilibrada, é dominada por um torreão central que ostenta a pedra de armas dos Barbosa e Albuquerque. Uma elegante escadaria exterior, localizada igualmente ao centro da fachada, dá acesso ao andar nobre, onde se abrem diversas janelas e varandas graníticas bem trabalhadas. Esta quinta possui a particularidade de, no século XIX, ter sido propriedade de um famoso capitalista e benemérito matosinhense: António Godinho da Silva, popularmente conhecido apenas por Godinho, e que possui uma rua com tal designação em Matosinhos.
O Sobreiro do Largo do Araújo tem sido confundido por muita gente como sendo o carvalho que deu origem a lenda do "Carvalho Santo".
No entanto o Carvalho Santo aconteceu numa quinta 200 metros abaixo do Largo do Araújo. O sobreiro do Lugar do Araújo é realmente admirável. É oco e no seu interior, em 1987 foi mandado colocar uma imagem de S. Pedro, pela Junta de Freguesia, por ser o Padroeiro da atual Paróquia (Paróquia de S. Pedro do Araújo). O Sobreiro, apesar de ter aquela caraterística, apenas se sabe que nasceu ali braviamente e pela sua caraterística de ser totalmente oco por dentro, até ao ponto de ser iluminado no seu interior, passou a ser uma árvore por todos muito estimada e admirada.